When pretty isn’t pretty enough
Eu pensei em milhões de formas diferentes de como iniciar a abordar esse tema. No entanto, nada parecia bom o suficiente. Eu sabia o que diria no meio e fim, mas o começo ainda era uma incógnita. Eu estava até mesmo a dias procurando uma foto de capa para esse post, mas nada se encaixava.
E então, me recordei do filme “O diário da princesa”, que presumo que fez parte da infância de muitas pessoas que vão estar lendo isso.
A cena do Glow Up da Mia é quase que um dos meus impérios romanos – algo que penso com frequência. Bastou alisarem o cabelo dela e tirarem o óculos que pronto, ela virou uma princesa.
Claro, aquilo não me afetou imediatamente, sendo uma criança. Eu não vi aquilo e falei “Quero alisar meu cabelo”, eu falei “Quero descobrir que sou uma princesa também”. Entretanto, eu acho que a comparação é como uma árvore. Cenas como essa são como sementes, e durante a vida toda essa semente é regada, até que uma pessoa comece a desgostar de tudo aquilo que vê no espelho.
E eu poderia vir aqui e falar aquilo que sempre é dito na internet. Coisas como “As pessoas estão tão focadas em si mesmas que não reparam em você”. Em partes, pode até ser verdade. As pessoas realmente estão focadas em si mesmas, mas é difícil ouvir isso na internet depois de ouvir comentários sobre suas inseguranças na vida real.
Acredito que para entender melhor a comparação, precisamos entender de onde ela vêm, os padrões. Padrões esses que são implantados na sociedade para aumentar o ganho e produção da indústria. Isso faz com que pessoas gastem milhões para tentar alcançar o inalcançável.
E esses padrões também sofrem mudanças ao decorrer dos anos, para que continuem sendo impossíveis de alcançar de acordo com as evoluções da sociedade. Um exemplo disso são os padrões da Grécia antiga, que falando superficialmente, considerava bonito para mulheres seios fartos, cochas grossas. Isso reflete questões sociais e econômicas da época. A magreza não era apreciada porque não era associada à fertilidade e dinheiro.
Atualmente vemos um padrão diferente desse para quase todos os lugares do mundo, a magreza é extremamente valorizada. E os padrões continuam acompanhando aquilo que é mais difícil de conseguir para a maior parte da sociedade, mas que é exigido para todos.
Tirando toda essa parte histórica e lógica da comparação, o que sobra é algo completamente interno e profundo. Porque estar ciente que os padrões são propositais não faz com que a dor de não estar neles diminua.
E honestamente, eu estaria sendo hipocrita se escrevesse um texto sobre se amar além de tudo tendo consciência de que é muito mais difícil do que parece. Usando a internet como uso hoje em dia, me parece precipitado falar aquilo que me conforta em momentos de autoestima baixa porque são palavras passageiras.
E existe algo sobre palavras passageiras que tornam-as banais. Essa perspectiva me assusta porque a ideia de que as minhas palavras sejam passageiras, algo que as pessoas lerão e vai trazer conforto por cinco minutos até que precisem encarar a vida real, é quase como se eu escrevesse nada.
Eu escrevo porque quero que minhas palavras toquem as pessoas tanto quanto fazem comigo. Para que o fluxo incessante de pensamentos se torne mais do que algo que se passou por minha cabeça. Escrever me faz evoluir esses pensamentos.
Sendo assim, aqui estão as minhas mais sinceras palavras para aquelas que lidam com a comparação diariamente. Não acho que estão boas o suficiente, nem profundas ou úteis o suficiente, mas são sinceras.
Eu acredito que a beleza está em tudo. As paisagens, os sons, as pessoas, os momentos. A vida é cercada de beleza, se você olhar bem.
No entanto, muitas vezes o lado ruim das coisas se sobressai. Não estar cercado daquilo que você gostaria torna a paisagem a sua volta triste, ouvir palavras que não deveria ouvir tornam os sons insuportáveis de ouvir, as ações das outras pessoas fazem com que estar ao lado delas pareça um desafio, e assistir bons momentos virarem memórias distantes faz com que a vida pareça injusta.
Onde eu quero chegar com tudo isso? Tudo tem dois lados, e mesmo que seja difícil, olhar para a vida com outra perspectiva pode torná-la melhor.
Se a beleza está em tudo, consequentemente, ela está em todos nós, de todas as maneiras. A aparência só é mais valorizada porque é com isso que a mídia e indústria podem lucrar, mas para aqueles que tem uma perspectiva melhor do mundo, a verdadeira beleza sempre será aquela que o mundo externo não pode tocar.
Seu rosto, corpo, cabelo ou traços não são toda a beleza que você deve procurar, tam pouco a maior. Acredito que se libertar da comparação abre os olhos de muitas formas. Essa é sua realidade, e não tem que ser ruim porque as outras pessoas fazem isso acontecer. Mesmo que alta, a voz daqueles que tem algo ruim a dizer não é a verdade absoluta.
Eu estou sem palavras... Isso foi perfeito e profundo, to respirando fundo e tentando entender os meus sentimentos agora.
ResponderExcluirnossa, vc realmente coloca sentimentos nos seus textos, tudo q eu sinto e não consigo interpretar e entender direito vc verbaliza e organiza, por isso amo teu blog
ResponderExcluirisso foi uma das coisas mais profundas e lindas que li.
ResponderExcluirPoxa, realmente! Esta foi uma das leituras que me fizeram pensar profundamente.
ResponderExcluirCriei um blog, por inspiração sua, amo muito seus posts
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